A relação entre a natureza e o bem-estar tem despertado cada vez mais interesse, tanto na psicologia quanto na neurociência. De acordo com o especialista Nuno Coelho, a conexão com ambientes naturais pode ter efeitos profundos no nosso cérebro, influenciando diretamente a felicidade. À vista disso, em seguida, exploraremos como a exposição à natureza impacta na neurobiologia da felicidade.
Os benefícios da exposição à natureza na neurobiologia do bem-estar
A terapia da natureza, ou ecoterapia, tem ganhado destaque como uma ferramenta poderosa para melhorar a saúde mental. Estudos demonstram que passar tempo em ambientes naturais, como parques e florestas, pode reduzir sintomas de ansiedade e depressão. Segundo Nuno Coelho, esse contato direto com a natureza atua no cérebro, promovendo o bem-estar ao diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Além disso, a exposição à natureza estimula o sistema nervoso parassimpático, responsável por nos acalmar e reduzir o estado de alerta, o que melhora a capacidade do corpo de se recuperar do estresse, promovendo uma sensação de equilíbrio emocional. Portanto, a terapia da natureza é uma maneira natural e acessível de influenciar positivamente a neurobiologia do bem-estar.
Mas como a exposição natural afeta a redução do estresse e da ansiedade?
Quando estamos cercados por paisagens verdes, nosso córtex pré-frontal, uma área relacionada ao pensamento crítico e à tomada de decisões, tende a ficar menos ativo. Conforme ressalta o especialista Nuno Coelho, essa “pausa” na atividade cerebral oferece um alívio necessário, permitindo que a mente relaxe e diminua o ciclo de pensamentos excessivos que aumentam o estresse.
Ademais, estudos indicam que a exposição a sons naturais, como o canto dos pássaros ou o som das folhas, também tem um efeito calmante. Já que, a redução da sobrecarga sensorial que enfrentamos em ambientes urbanos faz com que o cérebro retorne a um estado mais tranquilo, facilitando a redução da ansiedade e melhorando nossa capacidade de lidar com desafios do dia a dia.
A natureza e a neuroplasticidade
A plasticidade neural é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar com base em novas experiências, como pontua Nuno Coelho. Assim sendo, a exposição à natureza pode desempenhar um papel importante nesse processo, pois passar tempo em ambientes naturais pode aumentar a conectividade entre diferentes áreas do cérebro, melhorando a comunicação neural e promovendo uma melhor capacidade de aprendizado e memória.
Além disso, essa exposição também pode proteger o cérebro contra os efeitos nocivos do estresse crônico. Já que, ao reduzir o cortisol e ativar áreas relacionadas à calma e ao bem-estar, a natureza contribui para a manutenção da plasticidade cerebral, ajudando a preservar as funções cognitivas e emocionais à medida que envelhecemos.
Uma forma de promover a saúde cerebral
Em conclusão, a exposição à natureza tem um impacto profundo na neurobiologia da felicidade. Portanto, seja através de uma simples caminhada no parque ou de atividades mais intensas ao ar livre, o contato com o ambiente natural é uma ferramenta poderosa para melhorar o bem-estar mental e emocional.